in Público de 21/06/2008
"... Antes de 12 de Junho, toda a "Europa" se encontrava suspensa da decisão da Irlanda. Agora, com uma desfaçatez indecorosa, dispõe-se a ignorar olimpicamente o resultado desse referendo contra o Direito ( uma vez que , juridicamente , a recusa do tratado num países-membros impede a sua entrada em vigor em todos os outros) e contra o princípio da igualdade entre Estados ( visto que discrimina o povo irladês relativamente aos da França e Holanda, cujos "nãos" liquidaram o tratado anterior).
(...)
Agora (...) ao tomar uma posição de força arbitrária e extrema - culpando o Estado irlandês por uma decisão legítima do seu povo, considerando a hipótese de expulsar a Irlanda, despachando para o Governo de Brian Cowen a solução de um imbróglio de que não é responsável - a UE parece ter transposto o limiar da dec~encia e da prudência e da prudência políticas e atraiçoadao o seu próprio ideal.
(...)
É preciso voltar humildemente ao princípio. É verdade que isso complica a carreira política de Sócrates, Durão Barroso, Merkel, Brown ou Sarkozy. Mas a Europa ( e a corajosa Irlanda) são demasiado importantes para ficar dependentes do prejuízo político dos seus dirigentes."
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