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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Uma arma contra o Acordo Ortográfico


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sábado, 17 de dezembro de 2011

CONTRA O ACORDO ORTOGRÁFICO

Se ainda alguma dúvida tivesse, que não tive nunca, este artigo é argumento suficiente para se perceber que não se pode aplicar um acordo onde há muitas dúvidas e ninguém se entende...

" Edviges Pereira não tem dúvidas "de que têm de ser os professores de Português a puxar mais" pela aplicação do acordo - (...). Mas as dúvidascontinuam a existir, claro, até porque o AO deixa muitas opções em aberto" in "Público" de 17 Dezembro 2011
SE os professores têm dúvidas, se há excepções dentro de excepções dentro de outras excepções que não se entendem, como vão os Professores explicar isto??? E exigir dos seus alunos que cumpram o "subjectivo" da questão??? Alguém pode explicar o que não entende???


segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Wiki Loves Monuments 2011


Concurso encerrado e vencedores apurados!

Após 16000 imagens validadas, o Júri reuniu-se na passada Sexta-feira, dia 21, para deliberar sobre os vencedores. Após 7h de avaliação, a Organização tem o prazer de anunciar os vencedores nas categorias "Melhor Fotografia" e "Maior número de fotografias (de monumentos diferentes)!
Veja as imagens vencedoras aqui!
Os primeiros 10 classificados na categoria "Melhor Fotografia" têm ainda oportunidade de concorrer ao prémio da fase internacional do concurso a decorrer em Novembro. Veja aqui os desenvolvimentos a nível internacional. Relembramos também que todas as fotografias de Art Nouveau estão habilitadas ainda ao prémio oferecido pela Europeana.

Imagem vencedora

Igreja do Convento do Carmo, Lisboa, por Joaomartinho63

Parabéns!


2º lugar: Sé, Guarda, por Alexa Pinto
3º lugar: Conjunto urbano, Óbidos, por Anitsircana

Ler mais: http://maniadasfotos.blogspot.com/#ixzz1cNS0LsRh

Under Creative Commons License: Attribution

segunda-feira, 17 de outubro de 2011



Assim como quem não quer a coisa, comem-nos a carne e já nem os ossos deixam

Mas, como AINDA "só" atacam os funcionários, o "resto do mundo" acha que não é nada com eles......

Bagão Félix:


“Temo que o corte dos subsídios seja definitivo”

http://economico.sapo.pt/noticias/temo-que-o-corte-dos-subsidios-seja-definitivo_129151.html
 
E entretanto, preocupamo-nos muito com o que o vizinho ganha ou com os cortes que ele não tem, mas ninguém pergunta para que raio de "buracos" foram os nossos descontos de vidas inteiras... e ficamos passivos a deixarmo-nos enredar nestas manigâncias políticas sem percebermos afinal onde está o dinehiro que descontámos/que descontamos, ninguém pede responsabilidades, nem justificações, nem explicações- também não receberíamos respostas - e o Tribunal de Contas afinal serviu/serve para quê???

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

o DESacordo ortográfico

O DESacordo ortográfico não prevê apenas a queda das consoantes mudas. O DESacordo ortográfico pressupõe a queda e a perda da soberania de um país chamado PORTUGAL. Como se não bastasse a perda da soberania a nível económico e financeiro...

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Os manuais escolares e o DESacordo ortográfico

A Biblioteca Municipal da Guarda  vai disponibilizar manuais escolares usados a alunos de famílias carenciadas.

Parece bem...

E então o DESacordo ortográfico???

Devia ficar no tinteiro, não é/era???

quarta-feira, 29 de junho de 2011

CONTRA o DESacordo ortográfico

"A progressiva autonomização da Língua (qualquer que seja) até à sua total autodeterminação e, portanto, à independência, é um processo irreversível. Tão imparável como a própria independência nacional e tão simples e natural como a deriva dos continentes. Reverter administrativamente estes processos tem tantas hipóteses de sucesso como arrastar a Europa para junto da África à força de braços e usando cordas."
João Pedro Graça

Leia o texto da Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico em http://ilcao.cedilha.net/?page_id=92


2. Faça “download” do impresso de subscrição em
http://ilcao.cedilha.net/docs/ilcassinaturaindivword.doc


3. Preencha e assine o impresso conforme as instruções nele contidas.

4. Envie o impresso preenchido, por correio normal, para o endereço nele indicado.

Discussão sobre livro didático só revela ignorância da grande imprensa

Discussão sobre livro didático só revela ignorância da grande imprensa ( texto escrito em língua brasileira)

"Enquanto não se reconhecer a especificidade do português brasileiro dentro do conjunto de línguas derivadas do português quinhentista transplantados para as colônias, enquanto não se reconhecer que o português brasileiro é uma língua em si, com gramática própria, diferente da do português europeu, teremos de conviver com essas situações no mínimo patéticas."

sábado, 25 de junho de 2011

Pela suspensão imediata do Acordo Ortográfico

in jornal Público de 25/6/2011

Com a devida vénia, faço minhas as palavras dos autores EM BOM PORTUGUÊS!!!

quinta-feira, 23 de junho de 2011

A história do rapaz, do velho e do burro e a viagem de Passos Coelho em económica

O velho, o rapaz e o burro - Presentation Transcript


1.O velho, o rapaz e o burro

2.Num monte, habitava um rapaz com um homem muito velho. Num determinado dia, resolveram encaminhar-se até ao povoado acompanhados pelo seu burro. No entanto ao passarem por uma terra, foram reprovados por aqueles que os fitavam enquanto faziam a sua passagem.

3.- Olhem aqueles patetas, com um burro e vão a pé. Então, o velho disse ao seu neto para montar o burro, e este último assim o fez. No entanto ao passarem perto de outras pessoas, foram novamente reprovados: - O garoto que é forte montado no burro e o velho, coitado, é que vai a pé.

4.Por conseguinte, o velho mandou o neto descer do burro para o poder montar. Continuaram o seu caminho até que encontraram um novo grupo de pessoas e mais uma vez, foram reprovados: - Olhem para isto! A pobre criança a pé e ele recostado no burro… Visto isto, o velho ordenou ao rapaz para montar no burro juntamente com ele.

5.O rapaz obedeceu e prosseguiram com a viagem, mas um pouco mais à frente estava um grupo de pessoas que os enfrentaram com revolta: - Apeiem-se, homens cruéis! Querem matar o burrinho? Enquanto desceram, o velho disse ao rapaz: - Desce. Continuamos a viagem como começámos.

6.Moral da história: - Está visto que não podemos calar a boca ao mundo!
 
(retirada daqui http://www.slideshare.net/teclar/o-velho-o-rapaz-e-o-burro-1250181)
 
Vem esta história a propósito da decisão do actual Primeiro Ministro Passos Coelho ter decidido viajar de avião, em económica, a metade do preço e das comodidades, na ida para Bruxelas.
 
Levantaram-se logo muitas vozes a dizer que era desprestigiante. Seriam possivelmente as mesmas vozes que não tardariam a increpá-lo por gastar tanto dinheiro a viajar com um determinado número de pessoas em executiva ou por outro qualquer gasto.
 
Por mim, acho que fez muito bem: se estamos em período de vacas magras, as vacas estão magras para todos e é uma mensagem acertada. Portanto, os cães ladram e a caravana passa e, se conseguir passar com menos gastos , melhor para nós.
 
Mas nós, neste recanto, à beira-mar plantado ainda temos a ideia tola de que carros topo de gama e fatiotas caríssimas são sinónimo de competência e valor...

domingo, 19 de junho de 2011

O acordo ortográfico e o direito dos comboios à greve - Francisco Miguel Valada


"Mais lamentável do que a ambiguidade criada pelo AO90 é o avanço impetuoso para aplicação de lei tão defeituosa, sem conjuntamente se reflectir de forma séria, serena e ponderada acerca duma ampla revisão da mesma ou do seu completo abandono."

Acrescento: casos há em que não há contexto que nos valha...



terça-feira, 7 de junho de 2011

SE há dupla grafia, não há acordo

AQUI

http://avozportalegrense.blogspot.com/2011/06/antonio-martino-de-azevedo-coutinho.html

parte da entrevista de um dos  responsáveis da Porto Editora.

Só a morte não tem remédio. Leis feitas pelos homens contra a vontade dos povos que não beneficiam ninguém ( nem aqueles que delas pensaram um dia tirar vantagem) podem felizmente ( e devem) ser revogadas. É sempre tempo.

Se não concorda com o Acordo Ortográfico90, assine a ILC - contra o acordo ortográfico http://ilcao.cedilha.net/?page_id=270
e envie.

sábado, 4 de junho de 2011

Entre a reflexão desajustada e o pindérico acordo ortográfico


Eu não diria melhor ( presunção a minha!!!) nem num caso nem no outro... ( no caso do acordo ortográfico, lembro ainda que os políticos portugueses defendem-na tanto e tão bem que nem o entendimento - esta palavra faz-me lembrar o momento triste decepcionante da luta dos professores e, por isso, me arrepia - com a chamada troika foi assinado em LÍNGUA PORTUGUESA)  por isso aqui fica para reflexão... no dia em que o Presidente da República vai falar ao país antes do jogo da selecção Portuguesa com a selecção da Noruega... nos últimos tempos, os políticos portugueses fazem declarações antes e entre jogos... no mínimo, original...

quarta-feira, 25 de maio de 2011

A agressão a uma adolescente

Eu fiquei arrepiada, haja o que houver mais, as imagens eram claras, havia pelo menos duas pessoas a filmar e uns tantos a acicatar. A intervenção da psicóloga Ana Vasconcelos, á uma na SIC, arrepiou-me ainda mais, porque, disse entre outras considerações, que não dizem coisa nenhuma, que até ficou descansada ao ler os comentários, porque significava que os adolescentes comunicavam (???!!!???). Á noite, às oito, no mesmo canal, a intervenção do psiquiatra Gameiro ( o que ele normalmente diz também é coisa nenhuma) deixou-me igualmente perplexa: até propunha que vítima e agressores se sentassem na mesma sala para tratarem do assunto... e passam com uma ligeireza sobre este assunto que eu só penso que tem que ser possível pôr travão a esta violência e a esta displicência...a não ser que esperem que, um dia , as coisas cheguem mais longe...Não são os filhos destas pessoas, que os filhos deles, se os têm, estão a bom recato.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Boa Páscoa

Hoje muitas contas e pareceres sobre os feriados e "pontes": eu como sou do contra digo que se não quer gozar os feriados e "pontes" fiquem a trabalhar, bolas!!! acho muita piada... também... esta história dos feriados é recorrente, parece que só em Portugal é que há feriados "pontes" e afins... aliás, em França e em Inglaterra ainda fazem mais, se um feriado é ao domingo e fim de semana as pessoas gozam-no à segunda, portanto...sobre contas , há empresas que ganham com os feriados, por isso também as contas não são tão líquidas; se o problema fossem os feriados, estava tudo resolvido... quando regrassarem ao trabalho, façam-no com empenho, agora esta conversa é uma treta... , eu vou ali adiante comer um cozido à portuguesa fabuloso... BOA PÁSCOA A TODOS...

domingo, 17 de abril de 2011

Os 70 pratos a concurso para as 7 Maravilhas

Dúvidas, à primeira leitura: 1) por que razão o queijo da Serra aparece na Beira Litoral e não na Beira Interior?
2) por que razão o cozido à portuguesa não consta? ( aparece na Beira Interior espargos com ovos e eu nunca ouvi falar , também só estou por aqui há 30 e tantos anos, é verdade!!!)
3) por que razão para a maioria das regiões constam 5 pratos, para a Beira Interior, apenas três???
4) quem são os 70 especialistas??? ...

Talking about a revolution

segunda-feira, 4 de abril de 2011

domingo, 27 de março de 2011

Mudança da hora: párem com isso!!!

Ando meia zonza, creio que por causa da mudança da hora. Estou à espera ( não tenho conhecimentos técnicos suficientes ) que alguém lance uma petição para pararem com esta mudança da hora. A mim não me convencem com o argumento da poupança de energia. Aos russos também não. Já não voltarão a mudar a hora ( ouvi na TVE) . Espero ( sem esperança, porque isto de mudar a hora é outra maneira de trazerem o zé povinho pela rédea, sempre vão mandando alguma coisa os srs do mundo) que isto agora páre, por favor!!!
Ainda por cima,  Sócrates obteve uma vitória coreana de 93,3% de votos para secretário-geral do PS. Há quem tenha coragem!!!
E, a propósito da hora, deu-se ontem uma hora do planeta "para sensibilizar as opiniões para o aquecimento global". E eu pergunto-me se alguém gostaria de voltar aos tempos dos meus avós e ler à luz de uma vela... e digam-me por favor se o número de assaltos aumentou nessa hora ou não. A ideia pode ser muito bonita, mas estar à luz das velas só num jantar romântico... de resto, é um fait-divers...pois!!!
É igual às campanhas todas de sensibilização contra o lixo deitado pelo chão fora: vai tudo limpar matas, rios e tal, no ano seguinte , volta tudo a estar tudo igual... afinal funcionam estas campanhas? alguém avaliou o seu efeito???

sábado, 26 de março de 2011

José Sócrates pediu a demissão. E depois?

José Sócrates pediu a demissão. Deixa poucas saudades. Ou nenhumas. (Quase) ninguém suporta o PM, a não ser os que votam (90%) nas eleições directas do PS ( um mistério!!!).
Ontem, a tristemente célebre avaliação do desempenho dos professores foi finalmente suspensa. ( Quase) ninguém vai ter saudades dessa aberração. A maioria dormiu mais aliviada. Uns poucos já não viveram para ver este dia. ( Pacheco Pereira votou contra; notinha: a mulher - Teresa Calçada - chefia a Rede de Bibliotecas Escolares do ME!)
A vida dos portugueses vai ser difícil. (Dizem-no todos  - os políticos, os economistas, os comentadores, os jornalistas, e mais este e mais aquele, cá dentro e lá fora. Põem todos um ar compungido e agoiram um pesadelo.) Que seja, mas que nos poupem a visão deste PM e seus ministros, a sua sobranceria para com os portugueses, a sua subserviência para com Merkel e companhia. Poupem-nos desse sufoco! E depois, alguém chame quem entenda de finanças, de conomia, e afins. Pensem numa solução. Não se metam nas televisões a toda a hora a ditar palpites. façam um retiro. Como têm tempo para andar nas televisões e estar a estudar a solução para os nossos problemas???
José Sócrates pediu a demissão. E depois?

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Narrativa bizarra - Pacheco Pereira

(...)
o que é que sabemos do que se está a passar nesse arco de países que vai de Marrocos até aos emiratos do Golfo Pérsico, com epicentro na Tunísia e no Egipto? Muito pouco. Pior ainda: com a narrativa mais ou menos ficcional que nos foi servida pela comunicação social, sabemos cada vez menos. O lugar do saber está ocupado com um discurso voluntarista, militante, superficial, projectivo, cheio de lugares- comuns oriundos num certo discurso ocidental sobre o multiculturalismo, sobre o modo como nós desejamos que o mundo seja, não sobre o modo como ele é. Ali estavam os árabes, os muçulmanos, como nós desejávamos que eles fossem, émulos das revoltas democráticas europeias, a fazer a sua "revolução francesa" e a meio caminho do "yes we can" do presidente Obama. O relato jornalístico atingiu delírios como seja a comparação dos eventos à queda do Muro de Berlim e ao ressuscitar de muitos rodriguinhos que estão latentes no discurso do jornalismo de esquerda. A revolta suscitou, remakes do célebre artigo de Richard Falk de 1979 sobre o Khomeiny "moderado" - "a descrição de Khomeiny como fanático, reaccionário e cheio de rudimentares preconceitos parece ser certa e felizmente falsa" escreveu Falk -, agora sobre a Irmandade Muçulmana, que afinal "não é o grupo radical que se pensava que era" e que, obviamente, nada indica que deixou de ser.

O problema com estas narrativas, para além da cegueira épica da retórica - a CNN serviu-a à exaustão e mesmo jornais como o Público seguiram-na à letra -, é que a coerência da narrativa só é possível pela omissão de factos, sobre um fundo geral de ignorância, que a língua e a alteridade cultural e religiosa acentuam. Agora, que começa a saber-se mais, vemos que os factos não encaixam na narrativa épica que nos foi servida e isso explica a relutância com que pouco a pouco se tem que dar informação que torna a narrativa bizarra. É o caso das violências de carácter sexual de que foram vítimas várias jornalistas praticadas pela multidão "revolucionária" e "democrática" da Praça Tahrir, com a omissão de detalhes que são significativos, como os gritos de "judia" que precederam o assalto.
Não há nenhum atavismo que impeça os países árabes muçulmanos de serem democracias plenas, mas existem enormes dificuldades de ordem social, cultural e religiosa que não podem ser ignoradas pelo bem-avontadismo multicultural ocidental, que é o pano de fundo de muitas das maiores asneiras desta narrativa comunicacional.

Uma delas, e talvez a maior de todas, é a da condição feminina. Pode parecer estranho que comece por aqui, mas a história mostra que em todas as genuínas tentativas de modernização quer autocráticas (como a do Xá do Irão) ou a de Atatürk, ou protodemocráticas, vindas de movimentos de opinião laicos, nacionalistas ou influenciados por eventos internacionais (por exemplo, a influência considerável da Revolução Francesa no império otomano e no Egipto), a condição da mulher foi o ponto limite, que barrou qualquer desenvolvimento e motivou o retrocesso de movimentos reformistas. A situação da mulher como património dos homens, tanto do pai, dos irmãos, como do marido, e a sua real submissão a um mundo masculino, torna impossível uma democracia, porque, mesmo que muitas feministas o esqueçam em nome da multiculturalidade, não há democracia sem igualdade entre homens e mulheres.
(...)
É por isso que uma das coisas que não encaixavam na narrativa sobre a revolta árabe era ver a multidão na Praça Tahrir a rezar. Não que a fé e a oração públicas sejam por si só incompatíveis com a laicidade de um Estado, mas porque não havia excepções na muralha de corpos prostrados. Não havia cristãos na multidão, não havia um ateu, um agnóstico, alguém que não fosse religioso, e permanecesse de pé ou à margem da oração? E se tudo se passasse no mês do Ramadão, alguém comeria em público nas horas de jejum? E podia fazê-lo sem risco pessoal? Não podia. E esse é que é um dos problemas maiores da democratização, porque não há sociedades democráticas sem liberdade religiosa e espaço para a laicidade.
(...)
Ler artigo completo
http://www.abrupot.blogspot.com/
in Público de 19 de Fevereiro de 2011
Nota: sublinhado meu.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

"Novi horas" mais correcto que "nov' horas?"

Andava eu a tentar perceber a tendência quase generalizada da pronúncia das expressões referidas na pergunta abaixo, quando me deparo com a explicação para a mesma dúvida ( já de 1997) no sítio http://www.ciberduvidas.com/

[Pergunta] Alguém dizia ser o e a letra do abecedário mais maltratada. Ouve-se, por exemplo, na publicidade, na política, com raras excepções: "novi horas", "di hoje", "di manhã", "di Agosto", "di ouro"...


Não seria mais correcto dizer "nov'horas" ou "nove horas"?

Luís Gaspar
:: publicitário :: Portugal

[Resposta] Lamento contrariar a sua sensibilidade auditiva, mas a elisão do -e em «nov'horas», «d'hoje», «d'amanhã» faz-se nas linguagens familiar e popular,e não em formas mais cuidadas de dicção, exigíveis aos profissionais da voz. Já pensou no que seria, se um locutor dissesse à sua maneira «senhores ouvintes, a peça qu'agora passamos é de...»? Ou « o primeiro-ministro disse qu'assembleia da República...»?

T.A. :: 01/02/1997

Ora a explicação não me convence nada, por um lado, porque os exemplos para demonstrar a cacofonia resultante da elisão do -e não é convincente, passe a redundância : no primeiro caso, o advérbio "agora" deveria então mudar de lugar na frase, o que seria muito fácil , sendo a redacção preparada antecipadamente; no segundo, foi omitido o artigo definido e a frase começaria por " o primeiro ministro disse que a Assembleia..." ( no exemplo teria que haver então uma elisão e uma contracção ) . De qualquer maneira, nunca ouvi pronunciar "qui agora " ou qui a assembleia..."

A sensibilidade do autor da pergunta é exactamente igual à minha e a elisão do -e, nestes casos, pela minha experiência e atenção à Língua Portuguesa não é apenas popular e familiar, porque até há bem pouco tempo ainda se fazia  a elisão do-a em trint'anos, por professores universitários mais velhos. Diz-se também "notícias d'interesse" e não di interesse" nem "de interesse".

A não elisão do -e provoca uma pronúncia que não é unânime e é intermitente, pelo que me é dado observar nos próprios "profissionais da voz", que ora dizem "novi ( donde vem este -i???) horas" ora "nove (uma pausa) horas", sendo neste caso, uma pronúncia forçada e pouco natural.

A generalização da pronúncia "novi horas" deve-se, na minha modestíssima opinião, a duas razões:

1) por um lado, a "contaminação"/analogia da pronúncia de "vinte e duas horas"  com elisão do -e e se diz "vint' i duas horas" "vint'i três" e por aí fora , e o falante perdeu a noção (em "novi horas") de que não existe nenhuma conjunção entre as duas palavras;
2) por outro lado, a interferência da Língua Portuguesa falada no Brasil , através das telenovelas e mais frequente convivência com brasileiros.

Eu, pela minha parte, vou continuar a pronunciar ( e a escrever) a Língua Portuguesa como os meus professores de Língua Portuguesa, velhinhos, me ensinaram, embora, por vezes, me sinta esquisita...num país em que "este é a série que todos gostam..." e "o brinquedo que todos gostam" ( sem o de ), talvez porque , nestes casos, seja mais fácil e já vá sendo aceite e repetido, com toda a naturalidade, até pelos profissionais da voz, como "haviam problemas" ou "tratam-se de problemas" - o correcto é evidentemente "havia problemas" ou "trata-se de problemas" ( ah se fossem os profissionais da voz os paladinos da Língua!!! e pudèssemos confiar neles para a defesa da Língua Portuguesa de Portugal!!!) .

Nota: O consultório de dúvidas do sítio http://www.ciberduvidas.com/ ainda se encontra inactivo e , assim, não posso fazer chegar até aí a minha opinião, como desejava.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Acomodados ... afinal!!!

A letra da famosa canção dos Deolinda não é bem o que parece... à primeira vista!!!

Sou da geração sem remuneração

E nem me incomoda esta condição
Que parva que eu sou!
Porque isto está mau e vai continuar
Já é uma sorte eu poder estagiar
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar


Sou da geração “casinha dos pais”,
Se já tenho tudo, p’ra quê querer mais?
Que parva que eu sou
Filhos, marido, estou sempre a adiar
E ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar


Sou da geração “‘vou queixar-me pra quê?”
Há alguém bem pior do que eu na TV
Que parva que eu sou!
Sou da geração “eu já não posso mais!’”
Que esta situação dura há tempo demais
E parva eu não sou!
E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Trata-se de tratar bem a Língua Portuguesa

Já estou a ficar fartinha de ouvir os jornalistas a dizer "Começam a haver problemas..." ou " tratam-se de incidentes graves" . Alguém ensine de uma vez aos srs. jornalistas ( o grave é que até os mais velhos já estão a ser contagiados e caem na armadilha) que se diz "Começa a haver/ há/ havia/Houve/haverá/ problemas muito sérios, se continuam a falar assim" e sempre "Trata-se de erros inadmissíveis até para alunos do 2º ciclo , quanto mais para licenciados(!!!) "
Por amor da Língua Portuguesa, estudem, perguntem, informem-se...

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Andar na ilusão ... de bem falar a Língua Portuguesa

( via mail)
Em Portugal, infelizmente, não temos uma "Academia da Língua Portuguesa" ou "Academia Portuguesa de Letras", mas apenas uma "classe de letras" da Academia das Ciências de Lisboa.

O Brasil, curiosamente, tem uma Academia Brasileira de Letras (http://www.academia.org.br/) e um Museu da Língua Portuguesa (http://www.museudalinguaportuguesa.org.br/), além da Biblioteca Digital (http://www.dominiopublico.gov.br/), um portal gratuito com mais de setecentas obras em português.

Existem ainda alguns recursos disponíveis através da CPLP.

Além de não termos uma Academia dedicada exclusivamente ao nosso maior bem (Fernando Pessoa reivindicava a língua portuguesa como sua pátria), gostamos de tropeçar nela, reduzi-la, desenrascar com neologismos.

Isto a propósito desta notícia do jornal Público:

Já se "focalizou" no português que anda a falar?
http://www.publico.pt/Cultura/ja-se-focalizou-no-portugues-que-anda-a-falar_1477200?all=1

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A Assembleia da República e o Acordo Ortográfico - Duarte Afonso

ler todo o artigo na ligação
(...)
“ Em conclusão, por todas as razões acima aduzidas, a Associação Portuguesa de Linguística recomenda:
1. Que seja de imediato suspenso o processo em curso, até uma reavaliação, em termos de política geral, linguística, cultural e educativa, das vantagens e custos da entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990.
2. Que, a manter-se o texto actual do Acordo, Portugal não ratifique o Segundo “Protocolo Modificativo”.
(...)
“Peritos arrasam acordo ortográfico”.
“Esmagadora maioria dos linguistas, académicos e editores consultados estão contra o tratado. Se a implementação do Acordo Ortográfico dependesse apenas do processo de consulta, há muito que o projecto teria sido abandonado. Das 27 entidades consultadas, apenas duas se mostraram favoráveis.
Nas respostas das 14 entidades que participaram no inquérito promovido pelo Instituto Camões abundam as criticas. Entre pedidos adicionais de informação e o desconhecimento sobre as alterações a introduzir, não faltam, também, entidades como a Associação Portuguesa de Linguística, ou Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa que solicitam “ a suspensão imediata do processo”.
(...)
...uma passagem que consta no livro intitulado “Apologia do desacordo ortográfico de António Emiliano, Professor de Linguística da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Investigador – responsável do projecto Origens do Português, no âmbito do qual foi digitalizada, transcrita e objecto de estudo linguístico a mais antiga documentação de Portugal”. Essa passagem consta na página 81 do aludido livro e diz o seguinte:
“O Acordo Ortográfico é um monumento de incompetência e ignorância: não interessa que nomes “reputados”, das letras brasileiras e portuguesas tenham nele colaborado; fizeram um mau trabalho e prestaram um péssimo serviço à língua portuguesa e às lusofonias que dizem defender. Meteram-se em assuntos para os quais não tinham, por mais que me custe dizê-lo, competência específica.”