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domingo, 14 de dezembro de 2008

Sócrates, a oposição e os portfolios - F. Lopes
















in JORNAL DO FUNDÃO




11 de DEzembro de 2008




(...) Tornou-se de facto um temido e competente político profissional.
Porém, ele vem dando agora a impressão de estar a perder alguma noção
da realidade política, embalado por favoráveis, mas enganadoras
sondagens, sobrevalorizando as opiniões dos acólitos e desvalorizando
as dos críticos.
Viverá num mundo subjectivo onde vislumbra apenas vitórias futuras e um prestígio internacional inexistente, esquecido de que dirige um pequeno país dependente das esmolas da Europa, onde somos olhados de soslaio por alguns. Quando o vi numa importante cimeira internacional a distribuir a cada chefe de Estado o «Magalhães», o tal computador «português» que contém 100% de hardware e software estrangeiros, tornou-se-me claro estar a afastar-se da anterior frieza racional dos seus cálculos políticos. E quando o oiço a desvalorizar teimosamente os protestos dos professores que se manifestam em bloco, com carradas de razão, contra a errada política educativa, pressinto estar a aproximar-se o dia da queda do «menino de ouro do PS», designação que foi tema central de um livro publicado pela «escritora» Eduarda Maio e muito aplaudido pelo « independente» do PSD Dias Loureiro, muito ocupado com os seus negócios.
(…………………………………………………………………….)
São cada vez em maior número os especialistas que dizem ter Sócrates a pior e mais inábil equipa da Educação do Portugal democrático. Uma equipa que inventou um absurdo modelo de avaliação acerca do qual, mudando radicalmente de opinião na noite de 4ª para 5ª , a ministra veio dizer que não presta e é injusto. Reconheceu que tanto o diploma como ela própria, que tão obstinadamente o defendia, estavam errados, decidindo, por isso, «humildemente», expurgar aquele dos seus excessos.
Só que o rancoroso descontentamento dos professores não resulta apenas do modelo de avaliação. É motivado também pelo estatuto de carreiras e sobretudo pelas desautorizações públicas que feriram a dignidade profissional dos professores competentes, honestos e cumpridores, que são a maioria.
Mas porque vem o Governo tentando aplicar pela força leis tão mal concebidas? Todos já compreenderam que a principal razão é de natureza economicista.
(…)

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