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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Todos os trabalhadores são avaliados? COMO?

A mim mete-me confusão muita coisa ultimamente. Anda a fazer-me maior confusão ainda o seguinte:
1. Por que razão , nestes tempos mais recentes os professores são "diabolizados" e "bodes expiatórios" dos problemas de todos os cidadãos... quando ainda há pouco os professores eram pessoas a quem se reconhecia respeito e consideração???
2. Grita-se por todo o lado que os professores têm que ser avaliados, porque TODOS os profissionais o são... Então não o digam , mostrem. Mostrem-me as grelhas e os critérios de avaliação dos srs engenheiros , arquitectos, juízes, jornalistas ( Fátima Campos Ferreira podia ter ela própria agarrado na grelha de observação dos trabalhadores ( deveria dizer colaboradores) da RTP e mostrava-a , Miguel de Sousa Tavares na TVI também... (mas a ele avaliam-no pelo nº de exemplares vendidos que os seus comentários na TV também seriam menos bem avaliados muitas vezes...), porque os trabalhadores de fábricas de sapatos, camisas, peças de automóveis e outros já são avaliados pelo nº de sapatos, camisas e peças que deixam "feitas" no fim do turno, mais a assiduidade e pontualidade... Mas nós não fabricamos calçado, a matéria-prima com a qual temos o privilégio de "trabalhar" são pessoas, crianças, adolescentes e jovens em formação, matéria-prima muito delicada, mas ao mesmo tempo muito exigente , que nos "escrutina "/avalia todos os dias, em todo o momento bem como os Encarregados de Educação e estes "passam" as aulas a "pente fino" ou que pensam as pessoas??? Então desafio TODOS os trabalhadores deste país, mostrem os critérios, as grelhas de observação, TUDO , ponham cá fora TUDO o que respeita à avaliação de TODOS os trabalhadores ... ou então desculpem a irritação, façam o favor de calar esse argumento que não pega... digo eu.

4 comentários:

jcosta disse...

Hoje deu-me para as citações e, embora o Público, por via da divulgação da qualidade de uma certa licenciatura e de alguns ex-líbris da arquitectura egitaniense, tenha perdido o estatuto de jornal de referência, ainda assim, excluindo o conceito sarjeta, inventado pelo Augusto, vagamente Santos e muito Silva (SS), aqui e ali (e até além) consegue-se matéria de muito bom nível, para se compreender melhor a razão de tanta obstinação avaliativa que, até a ministra foi (bem) apeada da educação e agora se chama "ministra da avaliação" (pm dixit). como exemplo dessa matéria temos
O princípio da autoridade
de Miguel Gaspar, Público, 28.02.2008, de onde respigamos:

«O planeta da educação está outra vez de pernas para o ar. Quem viu o Prós e Contras e o crescendo de mobilização dos professores não tem dúvidas de que as pontes entre o Governo e os docentes já arderam todas.
[...]
Mais grave, desprestigiar os professores equivaleu a desprestigiar todo o sistema de ensino perante os alunos e perante as famílias.
[...]
É natural que um Governo que impõe sem ouvir tenha imposto um novo modelo de gestão das escolas que reflecte ele próprio uma concepção ideológica autoritária e funcionalista.
[...]
Essa figura do director está no centro da polémica, até porque terá um peso decisivo na questão das avaliações, o outro tema quente da batalha política entre professores e executivo, para a qual este último parte fragilizado. O próprio discurso de defesa da figura do director, que a ministra retomou na RTP, mostra como a autoridade e a liderança são preferidas em detrimento da democracia interna e da autonomia, que são obrigatoriamente os princípios de uma escola pública democrática. Sim, precisaremos eventualmente de lideranças, na escola e na vida do país. Mas difícil é liderar em democracia; e o que o Governo quer é que a instituição mais estruturante do regime democrático passe a ter por base a negação da própria democracia.

A mesma incapacidade de distinguir autoridade de autoridade democrática permitirá aos sindicatos resistir à sua óbvia tendência para rejeitar a avaliação; e a mesma cegueira administrativa deixará a ministra satisfeita por existirem aulas de substituição, sem perguntar para que é que servem. Mas não é necessária uma aula para compreender a utilidade da substituição da ministra.»

E da necessária mudança das políticas educativas, acrescento eu, bem como os destaques.
jcosta

rendadebilros disse...

É com muito prazer que o "vejo" aqui. É uma honra. Mas Estas suas citações e comentários são dignos de figurar em outros blogues mais lidos e visitados . Sugiro-lhe o do meu /nosso colega Paulo Guinote, a educação do meu umbigo e sugiro-lhe isto , porque mais pessoas poderiam partilhar ou não das suas opiniões e o diálogo seria mais alargado.
Já leu a polémica sobre uma ficha/grelha de avaliação em que críticas ao Governo pode valer ponto negativo??? Outro caso para "filosofar" , porque parece haver pessoas/professores, raros , felizmente com saudades/ou vontade de voltar atrás no tempo ou trazer os tempos passados para os actuais...
Bom fim de semana. Volte sempre para conversarmos.

rendadebilros disse...

Tenho que visitar os blogues que indica com excepção... claro...

Ver-nos-emos em Lisboa com toda a certeza... Estaremos lá...

rendadebilros disse...

Autoriza-me a "levar " o seu comentário para a "publicação?"